A Companhia do Sonho, que se dedica à profissionalização dos serviços de teatro em Montes Claros, se lançou a uma empreitada fantástica, qual seja: levar aos espectadores a realidade norte mineira. Do repertório da Companhia marcou a cena teatral local e regional, Folianus Catopê. Ainda mergulhado nesta verve temática, transformada em arte, apresenta a adaptação de um romance regional, da escritora Amelina Chaves, dedicado a enunciar a realidade social, cultural, psicanalítica e política norte mineiras. O ANDARILHO DO SÃO FRANCISCO, desloca-se no tempo, entre a cheia de 1979 que colocou em suspensão a vida dos barranqueiros, sejam rurais ou urbanos, e a infância, juventude e maturidade de um vaqueiro que desiludido de amor, coloca-se em diáspora intraregional. A trama dramática costura-se em um ir e vir entre diversos momentos que marcaram a vida de Bento, o Andarilho do São Francisco focalizando as suas relações de amor: a mãe, a patroa, a esposa, um carioca que percorre com ele as margens do rio de unidade nacional buscando conhecer a realidade sanfranciscana e o próprio rio. Se os tempos são múltiplos, o lugar é sempre o mesmo, as margens do rio São Francisco, ainda que ocorra um ir e vir que constrói a diáspora intraregional da personagem.
Acredito que Bento expressa uma característica singular da cultura norte mineira/sanfranciscana, o estar aberto ao outro, ao mundo, às novidades, dado que um "rio é sem antiguidades" como dizia Guimarães Rosa, a legítima cultura regional reflete esse aspecto estruturante de nós mesmos. Somos seres que colocamos na novidade, no futuro a nossa idade do ouro e, para tanto, necessitamos estar sempre apreendendo as coisas sociais, culturais, simbólicas para nos afirmarmos como sempre fomos e seremos, eternos andarilhos do São Francisco.
Acredito que Bento expressa uma característica singular da cultura norte mineira/sanfranciscana, o estar aberto ao outro, ao mundo, às novidades, dado que um "rio é sem antiguidades" como dizia Guimarães Rosa, a legítima cultura regional reflete esse aspecto estruturante de nós mesmos. Somos seres que colocamos na novidade, no futuro a nossa idade do ouro e, para tanto, necessitamos estar sempre apreendendo as coisas sociais, culturais, simbólicas para nos afirmarmos como sempre fomos e seremos, eternos andarilhos do São Francisco.
Saudações Catrumanas, João Batista Costa
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